sexta-feira, 10 de outubro de 2008

desabafo de pai

Cheguei pontualmente 7h30 da matina com a minha esposa para fazer a avaliação do terceiro bimestre de minha filha mais velha. Recebi boas novas da professora, o que, confesso, já esperava. Ela é uma filha maravilhosa e uma aluna exemplar, além de uma amiga excepcional, segundo as próprias colegas. Prova disso é que até hoje ela participa das festas de aniversários das turmas passadas e espalhadas em séries diversas.

A escola dela tem valores que eu, particularmente, admiro (está no portal o seguinte):
- Abrangente formação cultural;
- Respeito à pluralidade e à diversidade;
- Responsabilidade pessoal, social e ambiental;
- Preparo para trabalhar em equipe;
- Flexibilidade frente ao novo;

Mas também confesso que participar de uma reunião de pais de alunos cria um clima em meus nervos muito semelhante ao de uma reunião de condomínio. Com os professores é bem melhor, por uma série de razões que todos nós, pais, conhecemos.

A conversa com a professora fluiu bem. Profissional muito preparada, conduziu de forma admirável os pontos a serem discutidos sobre a minha filha. No fechamento da conversa, disparou a seguinte pergunta, com a caneta em punho e olhar fixo na minha resposta: “quais são suas expectativas para 2009, em relação ao colégio?”

Respondi: “queria muito que a escola parasse de empurrar informações e passasse a atrair os pais por meio de informações relevantes”. OK, me senti um “enochato” (aquele que fala de vinho até no banheiro da rodoviária), mas por que um papo tão bom tinha que acabar num tom áspero?

Não sei porque, mas no fundo, eu não consigo ver a escola como uma instituição com fins lucrativos, na linha de uma indústria como outra qualquer. Talvez pelo fato de envolver filhos e tudo parecer tudo sempre tão politicamente correto. Hoje estou consciente de que as barreiras são iguais ou até piores, entre os dois negócios.

Tanto a professora quanto a coordenadora pedagógica entenderam o que eu quiz dizer. Sugeri SIM que os pais formassem uma comunidade para troca de informações. Afinal, quem não tem dúvidas em relação a algumas datas de eventos, provas e entrega de trabalhos? Por que os pais (conhecidos, óbvio) não podem combinar via web “se um leva” e “outro vai buscar as crianças?”

Senti que a escola também gosta de ter o controle. A liberdade é boa, enquanto não interferir nas regras dos seus fundadores. Bem, fica aqui o meu desabafo: sou uma andorinha e não vou fazer verão, pelo menos enquanto as demais não saírem da gaiola.